«Último castro antes de Roma» - Teatro Passagem de Nível
Texto de Luís Palma Gomes
Encenação e Dramaturgia de Miguel Galamba
A peça decorre algures na meseta ibérica entre as cidade de Cáceres(Espanha), Covilhã e Évora, no ano 131 AC. Depois da morte de Viriato (ano 139 AC), a coesão da militar e cultural das tribos lusitanas ia gradualmente sendo posta em causa pelo império romano. A Pax Romana conseguia agora avançar, através do acidentado terreno da meseta ibérica, colonizando um a um os castros lusitanos (povoados celto-ibéricos).
Ficha técnica
Elenco - Beatriz Cazenave, Teresa Tenente, Miguel Takeda, Sandra Santos, Pedro Castro , João Cazenave, Filipe Araújo, Matilde Fonseca, Luis Mendes e Leonor Fernandes.
Texto - Luís Palma Gomes
Encenação e dramaturgia - Miguel Galamba
Assistência de encenação - Matilde Matos e Olinda Lopes
Cenografia e figurinos - Paulo Oliveira
Desenho de luz e operação de luz - Porfirio Lopes
Ambiente sonoro - Beatriz Almeida e Miguel Galamba
Operação de som - Gonçalo Marques
Direção de cena - Matilde Fonseca, Luís Mendes e Leonor Fernandes
Construção de cenário - Domingos Galamba, Rogério Palma e Luís Tenente
Cartaz e programa - João Cazenave
Produção - Teatro Passagem de Nível.
Críticas
Texto que saiu nas curtas do EXPRESSO do dia 29 de setembro de 2022 escrito por Cristina Figueiredo, Editora de Política da SIC:
"Já não é a primeira vez que aqui louvo o teatro amador que se vai fazendo neste país pobre e pequenino onde a cultura, como no alinhamento dos telejornais (e deste Curto), surge sempre no fim da lista de prioridades. Na Amadora, mais concretamente num pequeno auditório em Alfornelos,
Há um grupo (Teatro Passagem de Nível) que regularmente produz milagres com os parcos recursos de que dispõe. O mais recente ainda pode ser visto no próximo fim de semana (sexta e sábado, às 21h30) e chama-se O Último Castro Antes de Roma, um texto (da autoria de Luís Palma Gomes) que conta em pouco mais de uma hora uma história complexa e intemporal, com uma jovem atriz no papel principal (Beatriz Cazenave) que enche o palco, uma encenação (de Miguel Galamba) e uma cenografia inteligentes a demonstrarem que menos pode ser mais. E neste caso é mesmo".
Texto que saiu nas curtas do EXPRESSO do dia 29 de setembro de 2022 escrito por Cristina Figueiredo, Editora de Política da SIC:
"Já não é a primeira vez que aqui louvo o teatro amador que se vai fazendo neste país pobre e pequenino onde a cultura, como no alinhamento dos telejornais (e deste Curto), surge sempre no fim da lista de prioridades. Na Amadora, mais concretamente num pequeno auditório em Alfornelos,
Há um grupo (Teatro Passagem de Nível) que regularmente produz milagres com os parcos recursos de que dispõe. O mais recente ainda pode ser visto no próximo fim de semana (sexta e sábado, às 21h30) e chama-se O Último Castro Antes de Roma, um texto (da autoria de Luís Palma Gomes) que conta em pouco mais de uma hora uma história complexa e intemporal, com uma jovem atriz no papel principal (Beatriz Cazenave) que enche o palco, uma encenação (de Miguel Galamba) e uma cenografia inteligentes a demonstrarem que menos pode ser mais. E neste caso é mesmo".
Reportagem da TV Amadora
Entrevistas a Luís Palma Gomes, Miguel Galamba
«A Moura» - Teatro Passagem de Nível
Texto de Luís Palma Gomes
Encenação de Porfírio Lopes
Ficha técnica:
Texto | Luis Palma Gomes
Encenação | Porfírio Lopes
Assistência de Encenação | Matilde Matos
Cenografia | Paulo Oliveira
Guarda-roupa | Francisco Pereira ("Pedro o Cru", 1995) e Matilde Matos
Recolha, Produção e Direcção Musical | Ricardo Simões
Interpretação | André Tenente, António Borges Lopes, Cristina Neto, Eduardo Santiago, Fátima Gomes, Fernanda Santos, Isabel Torres, Joana Amoreira, Jorge Couto, José Teixeira, Leonor Galamba, Leonel Nogueira, Lia Nogueira, Luís Gomes, Maria Castelo, Matilde Matos, Pedro Castro, Pedro Lima, Raquel Rosa, Raquel Silva, Ricardo Simões, Rodrigo Rocha, Rúben Nogueira, Sara Duarte, Susana Almeida, Tânia Catarino, Telma Nogueira, Teresa Tenente
Cartaz e Programa | Marina Palácio
Fotografia | Carla Ferreira
Caracterização | Isabel Nunes
Promoção e Divulgação | André Tenente
Operação Técnica | Luis Mendes e Rui Ferreira
Contra-regra | Dina Nunes
Texto | Luis Palma Gomes
Encenação | Porfírio Lopes
Assistência de Encenação | Matilde Matos
Cenografia | Paulo Oliveira
Guarda-roupa | Francisco Pereira ("Pedro o Cru", 1995) e Matilde Matos
Recolha, Produção e Direcção Musical | Ricardo Simões
Interpretação | André Tenente, António Borges Lopes, Cristina Neto, Eduardo Santiago, Fátima Gomes, Fernanda Santos, Isabel Torres, Joana Amoreira, Jorge Couto, José Teixeira, Leonor Galamba, Leonel Nogueira, Lia Nogueira, Luís Gomes, Maria Castelo, Matilde Matos, Pedro Castro, Pedro Lima, Raquel Rosa, Raquel Silva, Ricardo Simões, Rodrigo Rocha, Rúben Nogueira, Sara Duarte, Susana Almeida, Tânia Catarino, Telma Nogueira, Teresa Tenente
Cartaz e Programa | Marina Palácio
Fotografia | Carla Ferreira
Caracterização | Isabel Nunes
Promoção e Divulgação | André Tenente
Operação Técnica | Luis Mendes e Rui Ferreira
Contra-regra | Dina Nunes
"A moura" - Peça teatral com quatro atos e 26 personagens: A_MOURA.PDF (Texto integral em PDF)
Para grupos e companhias de teatro que desejem encenar a peça "A moura", pedia-lhes que me contatassem através do email: [email protected]
Para grupos e companhias de teatro que desejem encenar a peça "A moura", pedia-lhes que me contatassem através do email: [email protected]
Fotos dos ensaios e espectáculo "A moura" por Duarte Belo (ensaio) e Carla Abreu Ferreira (espectáculo)
Entrevistas antes da estreia no Auditório de Alfornelos com o autor e o encenador Porfírio Lopes - Reportagem da TV Amadora
Crítica do Jornal On-Line Espalha-Factos, por Rita Mata-Seta em 29 de janeiro de 2015.
No passado dia 25 de janeiro, Alfornelos parou para conceber um milagre em terras de Ourém. O Teatro Passagem de Nível recuou até ao século XIV, ao reinado de D. Pedro I, para testemunhar, através da história de uma moura, aquilo de que é feito o povo português. Numa tarde de casa cheia, celebrou-se a História de Portugal e o teatro amador, e o Espalha-Factos não poderia deixar de assistir. Se queres ter o prazer de o fazer também, A Moura voltará a ser representada já no próximo dia 30 de janeiro, nos Recreios da Amadora, no âmbito do XIV Fórum Permanente de Teatro, com entrada livre!
Apesar de não ser dia de estreia, a sessão de A Moura a que assistimos, estava totalmente lotada. Não se avistava um único lugar vazio no Auditório de Alfornelos, lar do Teatro Passagem de Nível, instituição de referência no panorama cultural do concelho da Amadora, que completa este ano 34 primaveras. Um ambiente acolhedor e familiar reina neste espaço, onde dezenas de pessoas vão chegando e convivendo à medida que a hora do espetáculo se aproxima.
A peça teatral a que estamos prestes a assistir é original, mas trata-se de uma saga, uma sequela, segundo o autor Luís Palma Gomes, de uma produção do Teatro Passagem de Nível. Em 1995, o TPN levou a palco Pedro, o Cru, uma peça sobre o trágico romance de D. Pedro e D. Inês de Castro. Agora, em 2015, em A Moura, encenada por Porfírio Lopes, D. Pedro passa a personagem secundária, para ceder o protagonismo a Fátima (ou Oriana, como é chamada em terras cristãs), uma jovem moura, filha de um poderoso sultão. Fátima encontra-se agora enclausurada num convento, na condição de espólio de guerra, aguardando pelo desenrolar das negociações entre cristãos e mouros. Vive rodeada de noviças atrevidas e endiabradas, cuja atividade predileta será pregar-lhe partidas incessantemente.
Mas desengane-se quem deduzir que esta é mais uma história de uma rapariga inocente. A protagonista de A Moura é uma rapariga diferente das demais. Ao contrário do que transparece no convento, não é ingénua nem pura. É corajosa e atrevida. É inteligente, estuda as ciências, leu toda a biblioteca do seu pai, rica em obras filosóficas da Grécia Antiga.
A situação de Fátima transforma-se e a trama intensifica-se por meio dos dramas românticos que a envolvem, ao Alcaide D. Rodrigo, ao Conde D. João Afonso e à nobre D. Beatriz. Fátima apaixona-se por D. Rodrigo, que por sua vez mantinha um caso com D. Beatriz, uma mulher casada. D. Rodrigo pretende recuperar as terras do condado das mãos do seu tio, o Conde D. João Afonso, o qual também está romanticamente interessado em Fátima, e que conspira um plano para expor D. Rodrigo e D. Beatriz como traidores aos olhos de el-rei D. Pedro.
Embora os dramas da fidalguia tragam o seu grau de entretenimento, aquilo que de maior valor nos traz A Moura é a encarnação do povo. O povo português do século XIV, que em pouco é dissemelhante do povo português contemporâneo. Na taberna, nas ruas ou mesmo em busca dos maridos e pais perdidos para prisioneiros de guerra… Onde quer que o povo apareça, traz verdade, genuinidade, coragem, esperança, boa-disposição,… O povo é a alma d’A Moura. Até ao fim, é ele quem impulsiona a história e lhe confere sentido.
Em última instância, será o povo quem atribui à moura a concretização de um milagre e o título de santa – “a primeira aparição de Fátima”, designação que é nem mais nem menos que o primeiro nome pensado para a peça por Luís Palma Gomes. Julgo ser adequado dizer que a bravura do povo português acaba por se transformar num dos heróis da história e roubar protagonismo aos próprios protagonistas.
Mas a história d’A Moura pode se vista por muitos outros horizontes, tocando temáticas como: a verdade, a compaixão e o amor (nas suas mais variadas formas), em oposição ao poder da intriga, da ganância e do ódio, ou ainda, a dialética ciência/fé.
Nesta peça, as opções técnicas e de encenação (direção de atores, luzes, cenário e sonoplastia) são bastante simples: a ação centra-se nos diálogos – ela decorre nestes e destes. Os figurinos, por sua vez, são um elemento com recurso ao vintage: herdados da produção de Pedro, o Cru, nesta peça são envergados trajes com cerca de 20 anos de história!
Quantos às interpretações, perante um elenco tão rico em número e em diversidade, houve matéria para todos os gostos: atuações mais dramáticas ou mais naturais e desempenhos mais fortes ou mais fracos. Mas, sabendo que a maior parte do elenco não tem o teatro como atividade profissional, somos levados a reconhecer o grau satisfatório das performances, a um nível geral. Tal tem, em grande parte, que se dever ao esforço coletivo e amor ao teatro com que esta peça foi, notoriamente, construída.
No Teatro Passagem de Nível ama-se representar, ama-se o Teatro. A quantidade de gente que se juntou em palco, para atuar, e na plateia, para assistir, comprova-o! O calor e a união que se sentem mesmo antes da entrada na sala de espetáculos, só por si, já valem a viagem, sejas às terras de Ourém ou de Alfornelos – assiste-se ao milagre do Teatro.
"A Moura" ganhou 5 prémios no XVI Festival de Teatro de Esmoriz
Melhor Peça - "A Moura" - Grupo "Teatro Passagem de Nível" (Amadora)
Melhor Sonoplastia - "A Moura" - Grupo "Teatro Passagem de Nível" (Amadora)
Melhor Desenho de Luzes - "A Moura" - Grupo "Teatro Passagem de Nível" (Amadora)
Melhor Guarda-Roupa - "A Moura" - Grupo "Teatro Passagem de Nível" (Amadora)
Melhor Encenação - Porfírio Lopes (encenador da peça "A Moura" do Grupo - Teatro Passagem de Nível - Amadora)
Melhor Sonoplastia - "A Moura" - Grupo "Teatro Passagem de Nível" (Amadora)
Melhor Desenho de Luzes - "A Moura" - Grupo "Teatro Passagem de Nível" (Amadora)
Melhor Guarda-Roupa - "A Moura" - Grupo "Teatro Passagem de Nível" (Amadora)
Melhor Encenação - Porfírio Lopes (encenador da peça "A Moura" do Grupo - Teatro Passagem de Nível - Amadora)
«Desnível Bar 2» - Teatro Passagem de Nível
«Desnível Bar 2 – Apontamentos Suburbanos da Pós-Modernidade»
Devido aos quadros do "Desnível Bar 2" serem escritos por três gerações de autores: 1ª - Alice Lança e Borges Lopes; 2ª Domingos Galamba e Luís Palma Gomes; 3ª Beatriz Cazenave e Pedro de Castro pode mapear-se no espetáculo a evolução da pós-modernidade segunda metade do século XX até agora, onde o consumismo se tornou o sentido da vida; o individualismo causou alienação; a vida perspetivou-se em curtos espaços de tempo, gerando a precariedade social; a espiritualidade desejou-se leve, digestiva e cómoda; a prioridade do reconhecimento do outro sobrepôs-se à realização pessoal anónima; algumas personagens ambiciosas procuraram uma história aparente e glamourosa; um dilema entre a função e a fruição interpelou-nos; as questões de género e de transgénero perspetivaram-se sobre um novo prisma moral e ético; e um desejo de segurança conduziu ao medo constante, neurótico.
Estes aspetos concentram-se em quadros específicos ou se dispersam pelos 14 que compõem o espetáculo.
Podem julgar a intenção presunçosa ou demasiado ambiciosa. E que seja. É uma proposta de interpretação de um espetáculo escrito, dirigido e representado por aqueles que convivem ou conviveram com estes fenómenos nas suas vidas. É a vox populi, tal e qual, sem edição, nem filtros.
O "Desnível Bar 2" tem um espaço cénico absurdo, onde o caos se sobrepõe à ordem. Lembra “A sociedade líquida” de Zygmunt Bauman, onde a forma é inconstante, difícil de definir ou circunscrever, o futuro torna-se imprevisível e instável, dado que as moléculas de água não configuram uma estrutura sólida.
Não será nada de novo insistir que o mundo — para efeito, um bar — não foi feito à medida humana e que nos cabe o ónus da adaptação. Diante desta realidade, o "Desnível Bar 2" convida a um plano de contingência: lançar um sorriso cúmplice, enquanto nos olhamos a nós próprios do outro lado da quarta parede. Eis a análise pessoal à 43ª produção do TPN, encenada por Porfírio Lopes e representada por nobres atores que merecem um forte e veemente aplauso: Rui Ferreira, Carla Abreu Ferreira, Matilde Cañamero, José "Vespaman", Joao Cazenave , Sandra Santos, Tânia Catarino, Gonçalo Marques, Ana Simões, António Dias, Luís Tenente, Teresa Tenente, Dina Nunes.
Encenação: Porfírio Lopes
Cartaz e programa: Marina Palácio
Cenografia: Paulo Oliveira
Música: Gonçalo Marques
Devido aos quadros do "Desnível Bar 2" serem escritos por três gerações de autores: 1ª - Alice Lança e Borges Lopes; 2ª Domingos Galamba e Luís Palma Gomes; 3ª Beatriz Cazenave e Pedro de Castro pode mapear-se no espetáculo a evolução da pós-modernidade segunda metade do século XX até agora, onde o consumismo se tornou o sentido da vida; o individualismo causou alienação; a vida perspetivou-se em curtos espaços de tempo, gerando a precariedade social; a espiritualidade desejou-se leve, digestiva e cómoda; a prioridade do reconhecimento do outro sobrepôs-se à realização pessoal anónima; algumas personagens ambiciosas procuraram uma história aparente e glamourosa; um dilema entre a função e a fruição interpelou-nos; as questões de género e de transgénero perspetivaram-se sobre um novo prisma moral e ético; e um desejo de segurança conduziu ao medo constante, neurótico.
Estes aspetos concentram-se em quadros específicos ou se dispersam pelos 14 que compõem o espetáculo.
Podem julgar a intenção presunçosa ou demasiado ambiciosa. E que seja. É uma proposta de interpretação de um espetáculo escrito, dirigido e representado por aqueles que convivem ou conviveram com estes fenómenos nas suas vidas. É a vox populi, tal e qual, sem edição, nem filtros.
O "Desnível Bar 2" tem um espaço cénico absurdo, onde o caos se sobrepõe à ordem. Lembra “A sociedade líquida” de Zygmunt Bauman, onde a forma é inconstante, difícil de definir ou circunscrever, o futuro torna-se imprevisível e instável, dado que as moléculas de água não configuram uma estrutura sólida.
Não será nada de novo insistir que o mundo — para efeito, um bar — não foi feito à medida humana e que nos cabe o ónus da adaptação. Diante desta realidade, o "Desnível Bar 2" convida a um plano de contingência: lançar um sorriso cúmplice, enquanto nos olhamos a nós próprios do outro lado da quarta parede. Eis a análise pessoal à 43ª produção do TPN, encenada por Porfírio Lopes e representada por nobres atores que merecem um forte e veemente aplauso: Rui Ferreira, Carla Abreu Ferreira, Matilde Cañamero, José "Vespaman", Joao Cazenave , Sandra Santos, Tânia Catarino, Gonçalo Marques, Ana Simões, António Dias, Luís Tenente, Teresa Tenente, Dina Nunes.
Encenação: Porfírio Lopes
Cartaz e programa: Marina Palácio
Cenografia: Paulo Oliveira
Música: Gonçalo Marques